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Bipolaridade: Um Transtorno de Extremos

Todos podem sentir emoções como raiva, alegria e tristeza, é completamente comum. Na grande maioria das vezes, nós estamos no controle das emoções e sabemos como lidar com elas no cotidiano. Uma pessoa diagnosticada com transtorno bipolar experimenta emoções desproporcionalmente intensas e, às vezes, não são capazes de mantê-las sob controle, vivendo acontecimentos de sua vida em profunda tristeza ou felicidade extrema. 

A pessoa bipolar pode encontrar dificuldades para cumprir as obrigações de trabalho, com a família e com os amigos. A frequência, a duração e a intensidade impactam cada pessoa de uma forma diferente, mas um fator comum a todos os casos são os períodos de humores contrastantes: 

  • Os episódios maníacos; 
  • Os episódios depressivos. 

Mesmo que apresente momentos de normalidade, a bipolaridade é um transtorno mental grave, com prejuízos na vida, trabalho, socialização, aumento de risco de doenças físicas e suicídio (cerca de 5% dos pacientes terminam sua vida assim, atualmente). Em torno de 20-40% dos pacientes bipolares apresentam um transtorno de personalidade, sendo os mais frequentes o borderline (10-20%), histriônica (7,7%) e narcisista (4,5%). 

Embora ainda não se tenha encontrado o(s) gene(s) responsável(is), a concordância entre gêmeos é de 40-70%, o que indica forte componente genético. 

 

Sintomas do transtorno bipolar 

O transtorno bipolar é caracterizado por alternâncias de humor que duram de uma semana até meses e anos. Existem casos em que a troca de humor acontece muito rapidamente e o paciente bipolar pode chegar ao extremo depressivo e cogitar o suicídio ou chegar ao extremo maníaco e escrever um livro em um único dia, dançar até a exaustão, caminhar a noite toda etc. 

 

Nos episódios de mania 

Antes de tudo, é importante ressaltar que os episódios de mania não são a mesma coisa que um transtorno de ansiedade. A base da síndrome maníaca são sintomas de euforia, alegria exacerbada, elação, grandiosidade ou irritabilidade marcantes, nesses episódios é comum que o paciente apresente pelos menos três dos seguintes sintomas por ao menos uma semana: 

 

  • Autoestima elevada, demonstrando estar muito bem consigo mesmo, acreditando que está sempre certo e não admitindo ser corrigido ou pedir desculpas; 
  • Alteração do sono, aparentando disposição para as atividades após poucas horas de descanso; 
  • Irritabilidade e fala agressiva, constantemente fala agressivamente e não se dispõem a ouvir; 
  • Se distrai frequentemente com estímulos externos, deixando trabalhos incompletos em várias ocasiões; 
  • Inquietação; 
  • Impulsividade e impaciência; 
  • Loquacidade: produção verbal rápida, fluente e persistente ou 
  • Logorreia, produção verbal muito rápida, fluente, com perda das conexões lógicas; 
  • Pressão para falar: tendência irresistível de falar sem parar. Segundo Binswanger, “o paciente fala mais do que pensa”. 
  • Aumento de atividade no trabalho, na escola ou na área sexual; 
  • Envolvimento excessivo em atividades arriscadas, como comprar muitos objetos ou doar todos seus pertences, realizar investimentos financeiros arriscados ou comportamento sexual desinibido, principalmente através de sexo sem proteção. 

 

Nos episódios de depressão 

Os casos depressivos não costumam ser resolvidos só por uso de remédios, demonstrando a importâncias das psicoterapias, principalmente nos casos que envolvem alcoolismo, tabagismo ou uso de outras substâncias químicas. A fase depressiva da bipolaridade se caracteriza por cinco ou mais sintomas por, pelo menos, duas semanas: 

  • Estado deprimido, o mais comum dos sinais é o estado depressivo persistente em grande parte do tempo; 
  • Adenomia, é a redução do interesse ou a perda completa das atividades rotineiras em conjunto com falta de disposição para as atividades; 
  • Sentimento de inutilidade; 
  • Culpabilidade exagerada; 
  • Dificuldade de concentração; 
  • Distúrbios do sono também são comuns na fase depressiva; 
  • Lentidão nos pensamentos e nas reações físicas; 
  • Mudanças de peso; 
  • Em casos extremos, a pessoa pode desenvolver pensamentos suicidas. 

 É possível impedir as atitudes mais extremas, leia mais sobre depressão e suicídio

 

Sintomas psicóticos 

Um transtorno bipolar pode apresentar efeitos psicológicos como delírios (de grandeza, de perseguição e de passividade), alucinações (visuais, olfativas e auditivas), transtornos do pensamento e sintomas de Kuert Schneider de primeira ordem.

 

Variações da bipolaridade 

Embora existam subtipos, sua característica marcante é o caráter fásico, ou seja, os episódios de mania e depressão vão acontecer durante um tempo delimitado e frequentemente existem períodos de remissão em que o humor do paciente é normal. 

 

Transtorno Bipolar Tipo I e II 

Tipo I: Deve haver episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos uma (normalmente várias) fase maníaca bem caracterizada. 

Tipo II: Episódios depressivos intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas (ou seja, não ocorre fase maníaca de fato, apenas hipomaníaca) 

 

Transtorno Bipolar tipo Ciclagem Rápida 

Caracteriza-se pela presença de pelo menos 4 episódios claros e distintos de transtorno de humor, mania (ou hipomania) e/ou depressão nos últimos 12 meses. 

Em torno de 26-43% é de ciclagem rápida, com surgimento mais precoce, curso mais longo, mais abuso de álcool e outras drogas, e aumento do risco de suicídio. Na ciclagem entre os períodos de depressão e de grande euforia, é comum que o paciente sinta: 

  • angústia; 
  • sintomas que impede ser funcionamento normal; 
  • dificuldade em cumprir suas responsabilidades sociais, profissionais ou familiares. 

Lembrando que somente um profissional de saúde mental poderá avaliar se você tem transtorno bipolar ou outra condição que tenha sintomas semelhantes. Para avaliar adequadamente, o médico pode verificar sua condição física com exames laboratoriais e irá sugerir um tratamento adequado ao seu caso. 

 

 

Como ajudar alguém com transtorno bipolar? 

Uma pessoa que apresenta o transtorno bipolar precisa de tratamento psiquiátrico e psicológico, com o conjunto de medicamentos e psicoterapias o paciente consegue tornar o quadro mais equilibrado e apresentar sintomas mais amenos, nos quais as emoções são “normais”, sem tantas alterações entre os polos.  

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