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Depressão no Idoso: ser idoso não é ser triste

Todos as pessoas podem experimentar episódios depressivos ao longo da vida, alguns os vivenciam mais cedo e outros, enfrentam o primeiro episódio já mais velhos. Em muitos casos, a ideia de depressão pode passar despercebida devido os sintomas serem confundidos com sinais de envelhecimento, por isso, também é comum que os idosos não busquem ajuda por conta própria. 

A depressão no idoso se mascara em meio as patologias que surgem com o envelhecimento natural e pela visão que a sociedade costuma ter de alguns idosos serem tristes por si só, como se o ele fosse uma fonte de degradações físicas (distúrbios do sono e do apetite, dores de todos os tipos) e psicológicas (memória, atenção, concentração). 

 

A depressão no idoso é comum? 

O processo de envelhecimento envolve passar por diversas perdas: entes queridos, a autonomia, lugares que eram familiares, enfraquecimento da memória, entre diversas outras perdas que podem favorecer o desenvolvimento da depressão. No entanto, o quadro depressivo pode acabar ficando subdiagnosticado ou tratado de forma insuficiente em pessoas mais idosas devido a essa errônea tendência de considerar a tristeza normal na pessoa idosa, o que não é verdade e ao emaranhado da depressão com outras doenças. 

Contudo, se a depressão no idoso não for tratada corretamente irá se tornar ainda mais prejudicial para a saúde por desencadear uma deterioração da qualidade de vida, da autonomia e aumentando o risco significativamente de suicídio. Quase 20% dos idosos experimentam depressão (Seeking Solutions, 2003) e, segundo Mood Disosders Association of Ontario, a taxa de suicídios é cinco vezes maior em pessoas acima de 60 anos do que em jovens. 

Durante a terceira idade, a depressão pode surgir a partir de: 

 

  • problemas médicos, como dor ou doença crônica, problemas de tireoide, derrame ou doença de Alzheimer; 
  • abuso físico ou emocional, exploração financeira, abuso sexual ou negligência; 
  • efeitos colaterais de certos medicamentos; 
  • álcool que, se consumido para aliviar a depressão, pode criar outros problemas ou piorar a depressão; 
  • perda do cônjuge, outros membros da família ou amigos; 
  • à perda de intimidade e toque, ao isolamento, à solidão; 
  • a uma transição, como deixar a casa da família; 
  • perda de autonomia; 
  • sentimento de insegurança. 

 

Os fatores de risco para depressão no idoso  

Encontramos os mesmos fatores que na população em geral, por exemplo, uma depressão reacional após o luto, como no caso da viuvez, que o luto pode se desenvolver com o avançar da idade. Além disso, fique atento à idosos que: 

 

  • possuem um histórico de depressão na família; 
  • estão sofrendo de patologias crônicas, incluindo cardiovasculares, neurológicas e dores físicas que não foram tratadas; 
  • vivenciaram eventos estressantes recentemente, como luto; 
  • tenha um status socioeconômico difícil; 
  • estejam isolados da família e de amigos (em casa ou em uma casa de repouso); 
  • tenham perda de uma renda social;  
  • sofram por não terem acesso às memórias e ambientes familiares. 

 

Quais os sintomas da depressão no idoso? 

Os sintomas são os mesmo que em outras fases da vida, durante um episódio leve de depressão, o idoso pode sentir dificuldade de participar de atividades sociais e desinteresse pelas atividades cotidianas, pela dificuldade muscular que possa sentir. Um episódio depressivo moderadamente grave é muitas vezes caracterizado por um maior número de sintomas e o paciente só pode continuar suas atividades sociais, domésticas e profissionais com considerável dificuldade, ao passo que isso é muito improvável ou apenas possível em uma extensão muito limitada na presença de uma doença grave. 

Quer conhecer todos os sinais de depressão? Leia meu artigo sobre o que é depressão

 

Por preconceito, muitas pessoas acreditam que é normal que o idoso seja triste, é comum ouvirmos frases como “não é à toa que ele está deprimido, ele tem 82 anos” ou “se eu tivesse artrite, provavelmente também estaria deprimido.”. Mas depressão não é consequência de envelhecer, uma pessoa idosa pode apresentar o quadro caso: 

  • não atenda mais o telefone ou a porta; 
  • deixe de se interessar por atividades de que gostava ou passe mais tempo sozinha do que o normal; 
  • sente-se sem esperança, sem importância e triste; 
  • tem acessos incomuns de choro, agitação ou raiva, ou mostra pouca emoção; 
  • fala menos do que o normal ou responde às perguntas com o mínimo de palavras possível; 
  • liga ou reclama com frequência ou tem demandas frequentes; 
  • dorme mal ou dorme muito; 
  • tem mais ou menos apetite do que o normal; 
  • falta de energia; 
  • parece confuso ou tem dificuldade em se lembrar das coisas; 
  • tem dificuldade em tomar decisões ou concluir planos; 
  • fala sobre suicídio. 

 

Como é feito o diagnóstico? 

A Escala de Depressão Geriátrica (EDG) é um sistema composto por 30 itens muito utilizado para rastrear depressão no idoso. Caso o teste de rastreamento dê positivo, o diagnóstico deve ser determinado por um especialista em saúde mental por meio de uma entrevista e, caso seja necessário, recomende um tratamento com psicoterapias adequado. 

Você sabe o que são as psicoterapias? Leia e entenda. 

 

Como você pode ajudar o idoso depressivo? 

Os idosos podem negar que estejam deprimidos, por também acreditarem que ser triste é parte dessa fase ou por medo de parecerem fracos e preguiçosos, tentando lidar com tudo por conta própria. 

Quando você e o idoso estiverem sozinhos, com tempo para conversar, tente se aproximar e demostrar que está disponível para ajudá-lo sem julgamentos. Ajude a compreender que é normal e estar deprimido não é uma fraqueza: 

  • Incentive a compartilhar seus sentimentos, pergunte com o se sente, o que o incomoda e dê tempo para responder e ouvir. Dê exemplos de outras pessoas que você conhece que tenham problemas semelhantes ou mais difíceis e que procuraram ajuda; 
  • Mostre que você entende que os tempos estão difíceis e que pode ser ainda mais difícil falar sobre eles. Seja positivo e diga a verdade sem minimizar a seriedade dos problemas da pessoa; 
  • Tente dar esperança apontando pontos fortes ou mesmo ressaltando as pequenas melhorias que estão havendo;  
  • Se uma pessoa idosa lhe disser que se sente sem esperança, sem importância e triste, incentive-a a procurar ajuda. 

Quer saber como pode ajudar alguém com depressão? Clique aqui 

 

Quando pedir ajuda? 

  

Se você acha que uma pessoa idosa de quem você é próximo pode estar deprimida, busque ajuda de um profissional de saúde mental. Além de avaliar o caso, eles indicam tratamentos adequados para cada caso e podem te ajudar a lidar com a situação. 

 

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