Você Conhece os Benefícios da Psicoterapia?
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O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é um transtorno de ansiedade grave que se desenvolve como resultado de um evento que causa sofrimento severo. Esse distúrbio se instala por um tempo consideravelmente longo, perturba profundamente a vida diária e, se não for tratado, pode levar à depressão.
Esse transtorno surge a partir de uma experiência traumática, como por exemplo, um estupro, sequestro, presenciar um desastre natural, uma guerra ou mesmo sobreviver à acidentes graves. As pessoas afetadas costumam ter lembranças ou recordações vívidas do trauma através de flashbacks e pesadelos de forma recorrente. Revivendo a experiência com todos os elementos originais: sudorese, pânico, taquicardia, tremores musculares etc.
Esse transtorno afeta significativamente a vida pessoal, social e profissional.
Leia mais sobre o transtorno ansioso junto com o transtorno depressivo.
Por mais que o trauma seja relatado desde a antiguidade, foi a violência do século XX que forçou o estudo aprofundado desse tema. O conceito de transtorno de estresse pós-traumático como conhecemos hoje, entretanto, foi definido clinicamente apenas em 1980, após a devastação da Guerra do Vietnã entre os veteranos americanos.
Estima-se que cerca de duas a sete pessoas em cada cem, podem desenvolver o TEPT ao menos uma vez na vida. Esses transtornos psiquiátricos ocorrem em crianças ou adultos que foram expostos a um evento significativo, seja sobrevivendo ou testemunhando situações extremas, como ameaça de morte iminente, lesões graves ou lesões corporais de que foram vítimas ou testemunhas. Ele ainda pode ser desencadeado pela notícia de uma morte violenta ou inesperada, ou de um evento grave que afetou um ente querido.
A prevalência de TEPT seria de 5 a 12% na população geral, contudo estes dados são baseados em estudos realizados nos Estados Unidos, pois pesquisas sobre esse assunto são mais raras em outros países. Ademais, esses números podem estar subestimados devido ao desconhecimento do transtorno e das apresentações incompletas que podem escapar ao diagnóstico.
Todos que são acometidos por esses transtornos têm em comum a vivência do evento com um intenso fator de estresse e medo, diante do qual se sentiram impotentes.
As crianças também são predispostas ao transtorno porque não sabem colocar o que sentem em perspectiva. Nos pequenos, além das causas usuais, um estado de estresse pós-traumático pode surgir até semanas após um acontecimento imaginário ou ficcional, um filme violento pode ser gatilho para o trauma em uma criança. E, assim como nos adultos, as crianças com TEPT revivem eventos estressantes e tem pesadelos, o medo surge sem razão aparente e elas tendem a se isolar. É importante ficar atento a crianças inquietas e zangadas, com dificuldade de concentração e distúrbios do sono.
Os sintomas costumam durar mais de um mês e dificilmente melhoram por conta própria.
Memórias estressantes, apagões e pesadelos são características marcantes do TEPT, afetam as pessoas repetidamente com pensamento e sentimentos de forma não intencional. Estímulos pequenos e inofensivos (ruídos, cheiros, imagens) podem desencadear o transtorno, o sentimento não estabelece o fato de que o evento terrível, na verdade, está apenas no passado.
As memórias do trauma não precisam estar completas, pode haver lacunas nas lembranças. Mas, de alguma forma, os afetados veem o que aconteceu em suas mentes e revivem as sensações, mesmo que muitos não consigam falar sobre o que vivenciaram.
Intrusões ou flashbacks são o nome de tais fragmentos de memória intrusivos e incontroláveis. As impressões costumam retornar na forma de pesadelos.
O diagnóstico de TEPT é realizado por um profissional de saúde mental em alguém que viveu um evento traumático há pouco tempo e apresenta manifestações que causam sofrimento e prejuízo para a qualidade de vida:
Esses sinais são considerados estresse agudo. Consideramos estresse agudo quando os sinais persistem por mais de quatro semanas, a maioria das pessoas se recupera desses distúrbios em três meses após o evento, mas cerca de 20% desenvolverão uma forma crônica da síndrome .
Leia mais sobre os sintomas de uma síndrome ansiosa.
Fora do evento, os tratamentos de primeira linha recomendados são as psicoterapias, cujo objetivo é limitar a evitação mental e comportamental que impede a memória traumática de ser integrada e tratada como uma memória habitual.
A abordagem do tratamento psicanalítico deve visar a elaboração do ocorrido, possibilitando que o paciente relate o trauma e se posicione frente à a ele, permitindo inclusive que se responsabilize por ele, não apenas no sentido das possíveis determinações inconscientes que levaram a permanência do trauma, mas também à compreensão de que após o trauma não existe mais o sujeito “não traumatizado”, e ele tem que posicionar no mundo a partir disto.
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