Logo-mbertonzzin
banner-psicologia-do-trauma

A Psicanálise Contemporânea do Trauma

No próximo dia sete de maio, irei iniciar um curso que abordará os fundamentos da psicanálise contemporânea do traumático em parceria com o professor Thiago Abrantes e o Instituto Brasileiro de Psicanálise 

 

Mas será que você compreende o que é esse tema e a importância de conhecê-lo? Pensando em ajudar você a construir um conhecimento prévio, decidi fazer uma breve contextualização sobre a questão do trauma na psicanálise. 

 

O que é o trauma? 

Na contemporaneidade da psicanálise, o trauma está sendo um dos assuntos mais comentados enquanto alguns psicanalistas se interessam em aplicar os conhecimentos fora do ambiente exclusivo do consultório motivados principalmente pelos recentes desastres, guerras e problemas sociais que a sociedade está enfrentando. 

O termo “trauma” é utilizado para definir ou descrever as lesões causadas por um evento que gera um ferimento de maneira inesperada, isso pode ocorrer no nível objetivo (acidentes) ou subjetivo (violações, ameaças) seja ele único (agudo) ou recorrente (crônico). Assim, o trauma pode ser definido subjetiva ou objetivamente. 

Aquilo que é possível ver em alguns pacientes como “transtorno de estresse pós-traumático” representa uma tentativa do inconsciente de tentar processar algum trauma e, de alguma maneira, recuperar o equilíbrio mental. 

 

Como é a reação ao trauma? 

Não existe uma única forma de reagir à ima experiência traumática, as pessoas podem variar desde sentimentos tão entorpecidos que não causam reações até um descontrole emocional que cria comportamentos “histéricos” e “loucos”. Em um nível comportamental, as mudanças podem abordar: 

  • Rigidez; 
  • Paralisia; 
  • Apatia; 
  • Ativismo excessivo; 
  • Desamparo; 
  • Impotência; 
  • Medo relacionado ao trauma; 

 
Primeiro, a experiência traumática é estabelecida no inconsciente, “enterrada” e cobre praticamente todo o espectro de sintomas “psiquiátricos”, alguns deles são:  

  • Insônia; 
  • Pesadelos; 
  • Enurese noturna; 
  • Chupar o dedo; 
  • Choro constante; 
  • Comportamento autodestrutivo; 
  • Corte; 
  • Bulimia; 
  • Retraimento depressivo; 
  • Tendências extremas de apego; 
  • Agressividade com os outros; 
  • Problemas de comportamento; 
  • Uso de narcóticos; 
  • Dores de cabeça e de estômago; 
  • Vômitos; 
  • Perda de apetite. 

 

Quais as consequências do trauma? 

 

Um evento traumatizante está além da experiência humana comum e pode ultrapassar os limites da resiliência psicológica. A intensidade dos sentimentos te terror, medo, dor, impotência ou desamparo significa que o sistema de defesa mental é sendo sobrecarregado, podendo até colapsar. 

O aparelho regulador mental, especialmente em sua função de dar sentido às experiências fica perturbado, danificado ou, nos casos mais extremos, destruído. O “choque” é fator que provoca mais desequilíbrios à manutenção interna, a capacidade de lidar com a realidade é prejudicada, a autoestima vacila e os autolimites são violados/perfurados. Em quadros mais sérios, pode levar a uma doença mental conhecida como “distúrbio limítrofe”. 

Após o término da experiência traumática original, esse estado de alarme e a constante prontidão para se defender persistem por muito tempo, impedindo que a pessoa traumatizada viva uma vida despreocupada.  

Em muitos casos, há uma dissociação na qual os conteúdos são separados, as imagens do momento do trauma são dissociadas dos sentimentos, como se as armazenassem em locais diferentes. Como resultado, as cenas aparecem repentinamente ou são desencadeadas por estímulos (gatilhos) sem chance de a pessoa impedir ou aparecendo durante o sono em forma de pesadelos. 

Muitos traumas acabam deixando as pessoas mudas por prejudicarem sua capacidade de expressar os sentimentos em palavras e de simbolizar as memórias. Dessa forma, o trauma só desaparece da consciência, não do inconsciente, e  os conflitos mentais não resolvidos pressionam para serem processados.Isso pode então aparecer em repetições inconscientes, às vezes compulsivas, destrutivas, bem como em todos os tipos de sintomas neuróticos e psicossomáticos. 

 

Estudar e compreender o traumático  

As patologias que mais nos desafiam na clínica atualmente (os chamados “casos limite”, ou o Transtorno da Personalidade Borderline etc.) foram abordadas inicialmente por Ferenczi, conhecido por tratar os “pacientes difíceis”. Suas contribuições para o manejo desses pacientes severamente traumatizados permanecem extremamente atuais, a ponto de André Green, um dos maiores psicanalistas dos últimos tempos, chamá-lo de “pai da psicanálise contemporânea”. 

O curso será destinado para psicanalistas, psicólogos e estudantes de psicologia que desejam entender a problemática do traumático na psicanálise, como deve ser a postura do terapeuta na clínica com eles e por quê. 

As aulas irão ocorrer em dias diferentes e aprofundar temas como:  

 

  • Simbolização e constituição subjetiva em Ferenczi 
  • Início das teorizações técnicas: da técnica ativa ao seu abandono 
  • Por uma elasticidade da técnica 
  • Leituras do traumático em Ferenczi 
  • Frutificações: a presença ferencziana na clínica contemporânea 

 

Conheça detalhes clicando aqui. 

 

Os alunos que se inscreverem no curso farão parte de um grupo exclusivo onde poderão conversar com especialistas e receberão conteúdos exclusivos que irão ajudar a alavancar seus conhecimentos e técnicas. 

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Acompanhe as redes sociais:

Você pode se interessar em ler:

Entender e aceitar a realidade é o primeiro passo da mudança. posso te ajudar a fazer isso