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Depressão não é frescura!

A depressão definitivamente vem crescendo nos últimos tempos, o que faz com que mais pessoas entendam o que é essa doença e sintam empatia por quem for acometido, muito importante nos dias de hoje, visto que os casos depressivos estão aumentando no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), já em 2017 existiam mais de 322 milhões de deprimidos no mundo todo e causa cerca de 800 mil mortes por anos, muitos casos sendo de suicídio.  

O impacto que a depressão causa no mundo é tão grande que ela foi considerada o “Mal do Século”. Mesmo assim, ainda é possível ver pessoas que fazem piadas, zombam de deprimidos, os rotulam como fracos e dizem que seria “frescura para chamar atenção”. 

 

Mas, por que depressão não é frescura? 

 

A depressão não é frescura pois os efeitos da depressão afetam toda as esferas da psique, como: sentimentos, percepções, pensamentos, motivações e etc. Além dos sentimentos negativos, existe uma percepção com o pensamento negativo e o “não poder querer mais”. Os sintomas específicos que ocorrem estão suficientemente listados na descrição de acordo com a CID-10.  

Na dimensão física (somática), a descrição da síndrome somática de acordo com a CID-10 pode ser complementada por fadiga, distúrbios do sono, perda de interesse sexual e disfunção sexual, constipação, desaceleração, mudança de postura e suscetibilidade geral à doença. Há uma série de hormônios que, quando bem alterados, podem desencadear a tristeza sem fim. É o caso da corticotrofina, do cortisol, do estrogênio, da progesterona e do T4. Alguns dificultam a comunicação cerebral, outros interferem na ação da serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar. 

 

Não se sabe exatamente o que causa a depressão, mas pode haver uma variedade de fatores envolvidos. Alguns deles são: 

  •  Química cerebral: os neurotransmissores são substâncias químicas que estão naturalmente presentes no cérebro e transmitem sinais para outras partes do cérebro e do corpo. Quando esses aspectos químicos são anormais ou deficientes, a função dos receptores nervosos e do sistema nervoso muda, levando à depressão. 
  • Hormônios: as alterações no equilíbrio hormonal do corpo podem estar envolvidas na causa ou no desencadeamento da depressão. 
  • Traços herdados: a depressão é mais comum em pessoas cujos parentes de sangue, como um dos pais ou avós, também têm a doença. 
  • Trauma da primeira infância: eventos traumáticos durante a infância, como abuso físico, sexual ou emocional ou a perda de um dos pais, podem causar alterações no cérebro que tornam a pessoa mais suscetível à depressão. 
  • Padrões de pensamento negativo: na adolescência, a depressão pode estar relacionada com o “costume” de se sentir sem esperança, ao invés de aprender a se sentir capaz de encontrar soluções para os desafios da vida. 

 

A depressão também pode ser originada com experiências processadas “erroneamente” no passado, bem como o estabelecimento de metas incorretas no presente ou no futuro. Princípios de orientação errados e tratamento incorreto na área das emoções, bem como na área de motivação, podem levar à depressão. 

Então, tenha em mente que a depressão não é frescura e não vai se resolver sozinha, como qualquer doença é necessário buscar ajuda profissional. Acima de tudo, deve-se buscar tratamento especializado. 

ressonancia-magnetica-funcional Imagem de uma ressonância magnética funcional 

Como identificar o quadro mais grave? 

Como já disse, e reforço, depressão não é frescura. Então, existem formas de identificar que o quadro não é só uma tristeza passageira, ou birra, ou falta de esforço. A depressão é uma condição que surge repentina ou gradualmente e é diferente em cada pessoa, fazendo com que cada dor seja única. É comum que a pessoa perca todo o dinamismo, o gosto pela vida, o sono e o apetite e a capacidade de sentir emoções, tendo apenas uma forte apatia.  

A depressão é uma dor psicológica, que agora sabemos ser transmitida pelas mesmas redes neurais que a dor física. É o que faz com que as manifestações dolorosas, como dores de cabeça, dores nas costas e as dores musculares, também sejam sintomas desta doença. 

Existem muitos sinais de alerta para ficarmos atentos: o primeiro são os pensamentos suicidas, que muitas vezes aparecem em frases mais sutis como “queria dormir para sempre”, “gostaria de desaparecer”, “se eu sumisse seria muito melhor”. Também é necessário saber identificar os efeitos “complementares” como dores erráticas, perda do caráter restaurador do sono, alterações de apetite. Segundo a OCDE, 15% da população ativa sofre de transtornos depressivos leves. 

 

Existe fator genético envolvido? 

As depressões são doenças complexas. Pelos estudos existentes, não existe um gene que provoque a depressão, mas diferentes genes podem atuar de uma forma que podem estar envolvidos no desenvolvimento da doença. Isso reforça a presença de uma vulnerabilidade genética. 

Há pouco tempo escrevi um artigo sobre o fator “hereditário” da depressão, você pode ler clicando aqui

Entender o que é a depressão nos ajuda a não julgar a dor do outro, cada um sente a dor de uma forma e todas as dores são válidas.  Pessoas mal informadas tendem a “atacar” quem sofre com o quadro depressivo e isso pode agravar o quadro, levando até mesmo ao mais extremo: o suicídio. Multiplicando informações adequadas podemos, todos, ajudar tais pessoas que sofrem tanto. 

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