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Depressão pós-parto: Quando Deixa de ser uma Simples Tristeza

Durante a maternidade, a mulher tem um turbilhão de emoções. Isso ocorre por causa dos hormônios, que aumentam durante a gestação e caem depois do parto. É comum que todos esses sentimentos se misturem e a mãe acabe desenvolvendo um quadro de depressão pós-parto (DPP) ou baby blues. 

Mas o que são esses dois quadros? O que diferencia um do outro? Neste texto irei mostrar as principais diferenças da depressão pós-parto e do baby blues, além de mostrar os principais sintomas e tratamento de cada quadro. 

Você já pode ter ouvido falar de baby blues, ou blues puerperal, o termo utilizado para nomear sensações de tristeza, frequentemente experimentadas por mulheres no período pós-parto. A maior parte das novas mães, tanto as de “primeira viagem” quanto as que já possuem filhos, podem enfrentar esse problema que, embora seja desagradável, é completamente normal e estima-se uma prevalência de até 70% em todas as mães. 

É importante enfatizar que baby blues” não é sinônimo de depressão pós-parto! O primeiro costuma aparece três dias após o parto e desaparece em duas semanas. Não é uma doença, ao contrário da depressão pós-parto, que é mais prolongada e marcada por um quadro clínico mais grave (culpa intensa, sensação de incapacidade de seguir em frente, cansaço, etc.). 

 

Os sintomas de cada um 

No caso do baby blues, o pico de frequência é no terceiro dia após o nascimento e sua resolução espontânea entre 1 e 10 dias. Quando analisamos esse quadro, é perfeitamente natural vermos mães que apresentem comportamentos como: 

 

  • irritabilidade; 
  • impaciência; 
  • crises de choro; 
  • ansiedade; 
  • fadiga;
  • desânimo;
  • desregulação do sono;
  • culpabilidade;
  • insegurança. 

 

Já a depressão pós-parto é uma patologia. Seu início costuma ser de 6 a 8 semanas após o parto e a duração desse quadro pode durar de 6 meses até 1 ano. Seus sintomas mais observados são: 

 

  • uma tristeza intensa e duradoura; 
  • uma perda de energia vital e interesse nas atividades diárias. No pós-parto, notamos a inadequação da relação com o filho com um sentimento de ineficácia vivenciado por essas mães; 
  • uma intensa dificuldade de se vincular com o bebê, perdendo todo o interesse nele ou ficando extremamente ansiosa ao lado dele;
  • um medo de que, se deixada sozinha, pode machucar o bebê;
  • uma fadiga severa (geralmente pela manhã);
  • em algumas mulheres ideações suicidas; 

 

Importante relembrar que é possível buscar ajuda de um psicoterapeuta para as mães acometidas, independentemente de ser baby blues ou DPP. 

 

O diagnóstico 

Somente um profissional especializado deve fazer o diagnóstico do quadro e é importante que sua detecção seja feita o mais cedo possível. Entre a 6ª e a 8ª semana já pode ser considerado tarde, pois a criança já estaria em uma espiral interativa desarmônica com sua mãe, mas ainda não sendo tarde demais para intervir.  

Busque um profissional quando: 

 

  • A mãe apresentar pelo menos dois dos sintomas acima; 
  • Os sintomas, como transtornos de humor, aparecerem constantemente por um período superior a duas semanas; 
  • Houver desconforto significativo na vida diária após o nascimento do bebê. 

 

Psicoterapia como tratamento 

Se a mulher estiver disposta, a terapia conjunta para ela e seu bebê com um psicoterapeuta é provavelmente a melhor solução. Trata-se de psicoterapias de poucas sessões (cerca de 8 a 10 sessões) nas quais a presença do terapeuta, descentraliza a mãe da sua relação com o filho, permitindo-lhe contar os seus conflitos passados, em particular aqueles com sua linha materna. 

Muitas vezes, essas intervenções são suficientes para neutralizar o relacionamento negativo com a criança e restaurar a boa relação materna, melhorando a relação da mãe com seu bebê. 

 

Como ajuda as mulheres que apresentarem esses quadros? 

Antes de tudo seja paciente com as mudanças de humor e um bom ouvinteadote uma audição empática para fazer com que a mãe se sinta confortável para desabafar suas emoções, sem se sentir julgada.  

E, obviamente, apenas dizer “conte comigo para o que precisar” não é suficiente. Observe os pontos nos quais a sua colaboração pode facilitar o dia a dia da mãe recém-nascida, como por exemplo: 

 

  • lavar roupas; 
  • preparar refeições;
  • tomar conta do bebê enquanto ela tira um cochilo;
  • cuidar das crianças mais velhas, caso ela tenha outros filhos;
  • fazer compras de farmácia e supermercado.
  • não subestime o valor de coisas simples, como arrumar a cama. 

 

Qualquer coisa que você possa fazer ajuda a aliviar a sensação de sobrecarga e mostra que você, de fato, está disposto a ajudar. 

Apenas tome cuidado para não ser invasivo! Na dúvida, pergunte antes de fazer. 

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