Como sabemos, a depressão não se limita apenas aos aspectos psicológicos e pode afetar todos os membros da família. Em maio de 2000, O Departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia apresentou os resultados de um trabalho no qual observaram que os casos de depressão em adolescentes e crianças pequenas eram mais frequentes quando conviviam com pais que já apresentavam o quadro. Mas apenas a ocorrência desses distúrbios, desde a fase infantil, parecia se relacionar ao reaparecimento ou à continuação da doença na idade adulta.
Em 2001, os psiquiatras aprofundaram a pesquisa a partir de um estudo publicado no The American Journal of Psychiatry. Esse desenvolvimento estava particularmente interessado nos modos de transmissão dessas patologias, os resultados mostraram que e como resultado, as depressões dos pais pareciam levar seus filhos a altos riscos de fobias sociais, grandes transtornos comportamentais e de sociabilidade, bem como ao desenvolvimento de depressões.
De acordo com o Inserm (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica), uma pessoa cujo pai está deprimido tem duas a quatro vezes mais chances de ficar deprimida durante a vida. Certas variações genéticas associadas a esta “vulnerabilidade” foram até identificadas num estudo Britânico1 o cromossomo3p25-26 foi encontrado em mais de 800 famílias com depressão recorrente: “ao nível dos genes que codificam o transportador de serotonina (um neurotransmissor essencial na depressão) ou para um fator importante na proliferação, diferenciação e sobrevivência neuronal (BDNF significa Brain- Fator neurotrófico derivado) “, explica Inserm.
De acordo com o conhecimento científico atual, uma predisposição hereditária contribui significativamente para o desenvolvimento da depressão, pois a depressão pode afetar famílias. Se parentes de primeiro grau são afetados, o risco de você desenvolver depressão é de cerca de 15%. Com gêmeos idênticos, o risco de ambos desenvolverem depressão aumenta para pelo menos 50%. Isso prova que deve haver um fator genético, e as pesquisas mais recentes apostam numa determinação genética para 40% dos casos e 60% por questões ambientais. Além disso, fatores genéticos podem aumentar a sensibilidade (vulnerabilidade) ao estresse psicossocial, segundo um campo de estudo muito interessante chamado de epigenética.
A depressão costuma surgir da interação de vários fatores. O papel que os fatores hereditários e ambientais desempenham varia em cada caso e não é fácil de responder em casos individuais. Predisposições genéticas, distúrbios neurobiológicos, alguns fatores de desenvolvimento e personalidade (fatores psicossociais) formam a base da maioria dos modelos de explicação para a depressão.
Existe um conjunto de fatores envolvidos no aparecimento dos transtornos mentais e que não podem ser considerados isoladamente:
* Biológicos (incluindo genética e epigenética);
* PsicologiaDesenvolvimento precoce;
* Meio ambientePresença de um dos genitores com a doença;
* Contexto;
* Situação de vida;
* História pessoal;
Esses são fatores que influenciam o aparecimento e desenvolvimento de distúrbios. Todos esses fatores interagem: parâmetros ambientais que às vezes podem causar distúrbios com consequências biológicas.
Lembre-se, depressão tem tratamento! Fique atento se você ou pessoas ao seu redor que demonstrem, por mais de duas semanas, sintomas como:
O recomendado é a busca de um tratamento multidisciplinar com médico psiquiatra (tanto para diagnóstico, como para avaliação de patologias de origem fisiológica como aplicação de tratamentos farmacológicos e etc.) e a psicoterapia, onde o psicólogo te orientará numa análise profunda sobre os seus pensamentos, interpretações da realidade e até mesmo suas origens na infância.
Sobre mim
Profissional com sólida formação e mestrado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP). Fui coordenador e atualmente sou professor de psicologia, caso queira agendar uma consulta ou saber mais clique aqui.
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