Como ajudar alguém com depressão?

Entender o problema e reconhecer sua existência, são o ponto de partida para quem quer ajudar alguém próximo, além de saber ignorar os clichês e mitos criados sobre. A primeira barreira que existe ao oferecer “ajuda” é que alguns sinais da doença são tão individuais que torna difícil ligar aquilo ao clichê da pessoa depressiva.

A depressão é um distúrbio caracterizado por sintomas que aparecem de forma consistente por um período razoável, geralmente maior que catorze dias. Dificilmente, um dia de insônia ou de desânimo serão um quadro depressivo, é importante analisar todo o contexto situacional. Por exemplo, depois de momentos tensos como uma separação ou perda é normal a pessoa ficar em um período de tristeza mais profunda.

Alguns sintomas são visíveis por se mostrarem fisicamente, como espasmos musculares, dores, ganho de peso, perda de apetitei, sono em excesso ou a falta dele. Eles podem parecer contraditórios à primeira vista, mas podem aparecer sozinhos ou ao mesmo tempo. Essa doença é repleta de nuances e cada pessoas pode apresentar o quadro de uma forma diferente das outras.

A depressão não escolhe idade ou gênero, mas é comum ver entre o final da adolescência e os vinte e poucos anos de idade. Considerando todas as faixas etárias, estima-se que em torno de 16% da população enfrente a doença em alguma fase de sua vida, já entre os gêneros, as mulheres seriam mais propensas que os homens.

Existem algumas características que ajudam a identificar o quadro em crianças e idosos. Os mais novos costumam ficar mais irritados, se recusando a ir para a escola e o convívio social; os adolescentes, costumam recorrer ao álcool e as drogas; e os mais idosos possuem alterações nas personalidades, dificuldade de memórias, dores, pensamentos suicida e desinteresse de sair de casa.

 

Alguns sinais que você precisa ficar atento:

Procrastinação: A perda de prazer ou interesse em realizar as atividades é um dos principais sintomas da depressão, devido ao impacto na ação de neurotransmissores presentes no cérebro. Essas moléculas são liberadas em maior quantidade como forma de recompensa ao fazer alguma tarefa ou algo que gostamos e quando não acontece como deve, o interesse em fazer também diminui.

Raciocínio lento/agitação: A doença afeta três regiões cerebrais responsáveis por controlar a memória, o aprendizado, a concentração e a área cognitiva (o hipocampo, a amígdala e o córtex pré-frontal). Por conta disso, quem é acometido pela doença pode apresentar dificuldade em tomar decisões, lembrar fatos importantes ou mesmo de permanecer concentrado.

Sono desregulado: Especialistas ainda estudam qual a relação entre as partes, mas é certeza que a depressão e a alteração do sono são antigas companheiras. Isso ocorre, provavelmente, por conta da ação nos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e gama-aminobutírico, que ao serem “bagunçados” de dia, resultam em problemas a noite.

Variações de apetite: As mudanças nos neurotransmissores podem afetar também o apetite, ainda não se sabe exatamente a forma que o organismo reage a isso, mas as variações de apetite de forma prolongada são consideradas parte do quadro depressivo.

Dores musculares: A dor e o humor são controladas por regiões próximas no cérebro e, assim como ocorre nos casos de desregulação do sono, quem é depressivo pode ter mais dores pelo corpo e quem tem mais dores crônicas por outros fatores, estará mais sujeito ao transtorno. As principais reclamações são sobre enxaqueca e dores na lombar.

Variações de humor: Por último, e não menos importante, o mais famoso sinal de depressão, as alterações de humor. Com os neurotransmissores afetados, o indivíduo passa a ter variações extremas: ora está superagitado e em estado de euforia e logo em seguida já está desanimado. Além de que, a doença está relacionada ao aumento do cortisol, o hormônio do estresse, que deixa a pessoa ainda mais tensa.

Importante ressaltar que a presença desses sinais vez ou outra, não o torna uma pessoa depressiva. Mas caso passe por essas circunstâncias por mais de catorze dias consecutivos, procure um especialista que entenda do assunto e possa te ouvir para entender pelo que você está passando.

Se alguém próximo a você estiver demonstrando sinais de depressão, ou for diagnosticada com a doença, pratique a sua empatia!

*Ouça com atenção o que ela tem a dizer, sempre respeitando sua dor, lembre-se que sentimos as coisas de forma diferente;

*Estimule-a a procurar um especialista que pode ajudar com o tratamento;

*Incentive a pessoa a se afastar de vícios como álcool e drogas e a praticar atividades físicas como forma alternativa de se sentir bem;

*Incentive o contato social;

*Jamais ignore comentários suicidas, de acordo com Luiz Scocca, metade das pessoas que tentam se suicidar realmente conseguem e cerca de 35% das tentativas malsucedidas são realizadas novamente em menos de um ano.

A depressão é séria e o apoio deve ser responsável.

 

Quando procurar um especialista?

Recomenda-se a busca de um especialista quando os sintomas duram mais de duas semanas, mas se você sentir a necessidade de procurar ajuda antes desse tempo não há contraindicações.

Raramente uma pessoa deprimida está disposta a procurar algum tipo de tratamento, então, se você identificar sintomas em alguém próximo a você ajude-a colocando a sua empatia em prática. Não julgue a dor do outro, cada um tem sua forma de ver problemas e só a pessoa sabe como algo a afeta, a sua empatia pode ser o primeiro passo daquela pessoa rumo à recuperação.

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